domingo, 12 de junho de 2011

Onde começa e acaba a liberdade de expressão dos professores?

O New York Times de 3 de junho traz um artigo com o título "When Teachers talk Out of School" que retrata vários casos de docentes que foram despedidos por terem publicado nas redes sociais comentários considerados politicamente incorretos pelos "school boards" e diretores.

O artigo mostra até que ponto o espaço público e mediático dos EUA está a ser corroído pela hegemonia do politicamente correto.


Graças a essa hegemonia e à agressividade política de alguns grupos minoritários adversários da liberdade, os EUA são hoje um dos países desenvolvidos onde existem mais ameaças à liberdade de expressão. E não fosse a primeira emenda constitucional e a situação ainda seria pior.

São muitos os casos de professores norte-americanos despedidos por terem falado mal dos alunos em público ou por terem veiculado expressões consideradas discriminatórias ou ofensivas para com os alunos ou pais.

Não foram despedidos por o fazerem dentro da sala de aula. Fizeram-no fora da escola, na qualidade de cidadãos, e ainda assim o braço forte do autoritarismo dos inimigos da liberdade de expressão caiu sobre eles como uma espada.

Devem os professores ter cuidado com aquilo que dizem e escrevem fora da escola?

Obviamente que devem. Até por uma questão de bom senso. Ninguém quer perder o emprego por causa de uma frase infeliz. Sobretudo, não devem referir-se de forma ofensiva aos seus alunos. Nem divulgar situações que possam trazer inconvenientes para a escola onde trabalham. É uma questão de prudência.

Outra coisa, completamente diferente, é evitarem tomar posições públicas sobre questões educativas, políticas, sociais ou culturais com medo de represálias. Obviamente, que os professores, enquanto cidadãos, têm o direito de se expressar com liberdade sobre questões públicas. Devem fazê-lo, no entanto, sem apelar ao ódio contra grupos, evitando a linguagem obscena e respeitando as regras do inquérito racional.

Dentro da sala de aula, o cuidado deve ser redobrado. O professor deve evitar o doutrinamento dos alunos e abster-se de fazer discursos que apelem ao ódio ou que violem as competências retóricas que sustentam o debate em democracia. 

Esta questão levanta outra: onde começa e acaba a liberdade académica? 

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