domingo, 12 de junho de 2011

E se o novo Governo reforçasse a qualidade da profissão docente intervindo a montante?

O atual modelo de avaliação de desempenho docente, tal como está, em nada contribui para a melhoria da qualidade dos professores. No ciclo de avaliação anterior, foram avaliados cerca de 140 mil docentes. Desses, apenas 13 tiveram classificação inferior a Bom. Alguém acredita que, num universo de 140 mil professores, só haja 13 com desempenho insuficiente?


O Governo que saiu das eleições de 5 de Junho tem a obrigação de conhecer estes factos e de apontar na direção daquilo que realmente interessa: a formação inicial de professores e o acesso à profissão docente.

É a montante que a qualidade da profissão docente se faz.

O sistema atual não garante rigor nem seriedade no processo de selecção dos candidatos à docência. A oferta de vagas nos cursos de formação de professores é largamente superior à procura. Na Finlândia, é ao contrário. O próximo Governo pode aprovar legislação que obrigue as Universidades e Institutos Politécnicos a imporem uma nota mínima de 14 valores para entrada nos cursos de formação de professores. 

Agir a montante, reforçando o rigor na seleção dos candidatos à docência, passa por fazer aquilo que Espanha e França já fizeram: obrigar os candidatos à docência a submeterem-se a uma prova nacional de acesso à profissão centrada em três pilares: conteúdos da área de docência, pedagogia e didática e conhecimento do sistema educativo. E pôr em prática estruturas locais de supervisão e acompanhamento pedagógico dos jovens professores durante os três primeiros anos de serviço.
 

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