Houve melhorias nas taxas de abandono escolar mas Portugal continua ainda muito longe da média europeia. Só Portugal, Espanha e Malta têm taxas de abandono escolar de 30%.
Portugal é o país da OCDE com maior taxa de retenção no ensino básico: 28%.
28% dos nossos alunos abandonam a escola sem concluírem o ensino secundário. Menos de 50% da população entre os 25 e os 34 anos tem o ensino secundário completo. Menos de 30% da população entre os 35 e os 44 anos tem o ensino secundário completo. Pior que nós na OCDE apenas a Turquia e o México.
Temos a maior taxa de imobilismo social de toda a OCDE. Portugal é dos países da OCDE que tem a maior taxa de persistência intergeracional dos rendimentos, apesar de Portugal ser um dos países da OCDE que mais gasta com o pessoal: 82,6% do orçamento do ministério da educação é para salários.
O próximo Governo tem de fazer alguma coisa para melhorar a qualidade da educação. Como defendi no post anterior, as atenções do Governo devem dirigir-se para um maior rigor na formação e recrutamento dos professores e maior exigência na avaliação dos alunos.
Provas de saída de ciclo de estudos podem dar maior credibilidade ao sistema e constituir um incentivo ao empenhamento de alunos, pais e professores. Não é preciso introduzir exames a todas as disciplinas. Basta uma única prova que avalie transversalmente os conhecimentos e competências de saída do primeiro, segundo e terceiro ciclos.
O peso da prova de saída deve aumentar à medida que os alunos se aproximam do ensino secundário. Por exemplo, no quarto ano, o peso não deve exceder os 20%. No sexto ano, poderá ascender aos 30% e no nono ano aos 40%.
Medidas deste tipo são bem aceites pelos professores e pais, não desencadeiam conflitos e desconfiança entre os professores e podem contribuir para aumentar os níveis de motivação e de empenhamento de alunos, professores e pais. E não custam dinheiro.
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